quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre os 30 anos...

Sobre o que eu vivi


"Hoje joguei tanta coisa fora... Cartas e fotografias... Gente que foi embora"


Eu não sei bem porquê mas logo que iniciei esse post e quis falar sobre o que sinto em relação aos meus 30 anos, veio essa música na cabeça... E embalada pela voz de Hebert Vianna, me ponho a pensar o tanto que já passou. Dá uma nostalgia enorme - mas também uma sensação de que tem valido a pena. Os meus horizontes se ampliaram tanto... Acho que com uns 15 anos eu imaginava que a essa altura da vida eu estaria casada e com filhos. Não estou casada e nem tenho filhos ,e muito embora eu ainda deseje todas essas coisas para mim, fico imensamente feliz que elas não tenham acontecido ainda porque muitas foram as oportunidades que eu vivi e aproveitei por ter mais liberdade e ser mais dona de mim e do meu tempo. Viajar... ah como eu viajei! Conheci tanta gente! E mesmo as que não permaneceram em minha vida, permanecem como uma lembrança boa de que foram muitos os momentos, as histórias, as risadas e até, porquê não dizer, as lágrimas! A sensação é de que você leva a vida inteira para entrar na faculdade, depois mais um tantinho para pegar seu diploma e uma vez atirada à vida, você acorda com 30 anos e 7 anos de formada! O tempo que levava uma eternidade para passar, agora simplesmente escorre ligeiro. Mas eu posso dizer que vivi, sobrevivi e quero continuar vivendo.

Sobre o o que eu vivo


"Je ne regrette rien"


Não, infelizmente ainda não sou como Edith Piaf e me arrependo de algumas coisas. E, ultimamente, por mais vezes tenho me arrependido de não ter feito ou tentado do que de ter arriscado... Me tornei uma bundona! Palavra horrível, eu sei e peço desculpas, mas nenhuma outra descreveria com tamanha clareza o que eu sinto. Eu costumava ser tão ousada! Hoje coloco tanto as coisas na balança, deixo de fazer tantas coisas com medo das conseqüências e implicações que acho que foi isso que me tornei... uma bundona! Será que é isso que é amadurecer? Será que é isso que é ser adulto? Tenho lá minhas dúvidas... E vivo meu período de dúvidas e incertezas. Ficar? Mudar? Ir embora? Para onde? Para fazer o que? Será que em algum momento vou me sentir 100% plena e satisfeita, segura de todas as escolhas e de que tenho tudo que quero e preciso ao meu redor? Acho que não... Acho que a vida é uma sucessão de fases, de escolhas, de resultados... Talvez viver seja simplesmente esse desdobramento de fatos que nos leva a novas perguntas, novas dúvidas e inseguranças, novos horizontes... E ao longo do caminho você vai colhendo alguns frutos, enfrentando algumas dificuldades, tendo algumas boas supresas. Talvez seja um pouco diferente para quem se acomoda... Talvez seja até mais sereno e traga mais satisfação, mas eu tenho medo de me tornar uma pessoa que simplesmente se acomodou! Eu tenho dentro de mim uma inquietude de que há sempre algo por fazer, algum lugar para visitar, alguma coisa para experimentar! Seria isso insatisfação ou ânsia de viver?

Sobre o que eu quero viver


"Não tenha sentimentos de culpa se não sabe muito bem o que quer da vida... As pessoas mais interessantes que eu conheço não tinham aos 22 anos idéia do que fariam da vida ... Algumas pessoas, ainda mais interessantes, aos 40 ainda não sabem..."


Esse trecho de "Sunscreen", que ficou muito famoso na voz de Pedro Bial, resume um pouco do meu sentimento... Acho que eu sei o que quero da vida, mas não tenho muita certeza do que fazer com a minha vida. Não sei exatamente os meios para atingir os fins... Podemos escolher ou a vida que escolhe?
Bem, eu quero companheirismo e cumplicidade!
Quando perguntaram a John Lennon por que ele não poderia ficar sem Yoko, ele simplesmente respondeu que ele poderia, mas não queria ficar sem ela. É disso que eu estou falando... De alguém escolher estar comigo não porque se sente obrigado ou porque está escrito em um pedaço de papel... mas sim porque deseja isso! Quero todas as coisas fora de moda que as pessoas têm vergonha de assumir que querem e que fazem bem. Tô cansada dessa onda de muita gente, muito tesão, muita variedade e pouco compromisso... Nada disso serve para mim! Não me traz alegria nem motivação! Quero andar de mãos dadas, almoços de domingo, ligações inesperadas. Quero conhecer alguém através do olhar e insipirá-lo a ser uma pessoa melhor não porque nos completamos (finalmente aprendi que nascemos completos!) mas porque é bom sentir que alguém se importa com você de verdade e que vai estar ali para dar um sorriso num momento de alegria e um abraço num momento de necessidade. Claro que também quero realização profissional, saúde para a minha mãe e para os meus mais queridos, os amigos por perto (ainda que a um avião de distância!), dinheiro no bolso, enfim, quero o tal "ser feliz e mais nada"... Mas, acima de tudo, eu quero encontrar companheirismo - o tão sonhado amor de volta! E quero que venham os próximos 30 anos, com todas as suas incertezas que, ainda que por vezes me angustiem, são sempre a promessa de que grandes mudanças podem estar a apenas um passo do presente! Assim seja.

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