sexta-feira, 3 de junho de 2011

Sobre a indiferença

Você já desejou de todo o coração, com todas as suas forças estar errado e só perceber a cada segundo, a cada entrelinha, que você estava certo?! E daí você sai numa busca desesperada de respostas para se certificar daquilo que está sentindo e só consegue silêncio?!

Intuição, "feeling" é um negócio f%¨&... Você fica lá tentando se convencer de que é impressão, no fundo porque você QUERIA que fosse somente impressão, você queria que fosse diferente... MAS os sinais estão sempre lá para você fazer a leitura ou fechar os olhos!!

Cansei de fechar os olhos.

Eu acho uma pena as pessoas não jogarem limpo. Qual o problema de se admitir as escolhas que se fez? É de um egoísmo tão grande não dar respostas quando as pessoas pedem... Às vezes precisamos de algumas respostas para poder seguir em frente em paz. Ainda que saibamos quais respostas nos esperam, às vezes, precisamos ouví-las (ou lê-las) para aquilo se tornar real e palpável... Sei lá, para você acreditar de fato.

Eu me orgulho muito da minha honestidade. Não honestidade no sentido de roubo e afins... Honestidade no sentido de jogar aberto. Se eu quero... eu quero, eu assumo e pronto. Se eu não quero... eu não quero, também assumo e pronto. Simples e transparente. Sem meias palavras, sem mistério, sem rodeios. Claro que é preciso ter tato... É preciso escolher as palavras... Mas é preciso, antes de mais nada, sempre dizer alguma coisa! Odeio o maldito silêncio que na verdade tudo fala e confessa... O silêncio, muitas vezes, é por si só a resposta... Mas é uma resposta covarde, de quem não tem a coragem de assumir a responsabilidade das próprias escolhas! É um silêncio egoísta e triste... muito triste.

Isso me leva ao questionamento seguinte... o da indiferença. Vivemos tão focados em nossos próprios umbigos que não respeitamos o direito alheio... Ah, eu não tô a fim de responder, eu não respondo... Eu não tô a fim de atender, eu não atendo... Não me convém me posicionar nesta ocasião, eu me calo... Rodeados de identificadores, emails, Orkut, Facebook, Ipad e afins, nos escondemos atrás de uma opção "Invisível" ou "Indisponível" para permanecer calados na medida de que responder não nos traz benefícios imediatos. Afinal, no voyerismo social que estamos vivendo, só nos manifestamos quando nos convém. E eu me incluo em tudo isso aí... Mas acompanho com muita tristeza o desenvolver de nossas relações. Listas longas de amigos para relacionamentos vazios da verdade. Que saudade dos tempos que as pessoas se amavam e se odiavam! Existia muita verdade naqueles sentimentos!! Hoje só resta a indiferença... E a indiferença é o pior dos sentimentos pois significa que você não se importa e quando você deixa de se importar... What is the point??

E tudo isso me enche de tristeza, porque ao passo que nos rodeamos de mais e mais gente (alguém tem realmente 400, 500 amigos?!), estamos cada vez mais sozinhos... Sozinhos no nosso cotidiano, nas nossas alegrias, nas nossas tristezas, nos nossos erros, nos nossos acertos... Temos a falsa sensação de conhecer muita gente quando na verdade não conhecemos quase ninguém de verdade... Você sabe o que seu amigo está sentindo? Você sabe do que ele gosta? Você sabe que talvez ele ficasse feliz com uma visita inesperada ou um telefonema para saber como ele está? O que você sabe de fato?

Ah, mas G., eu tenho os meus amigos próximos que eu mantenho contato íntimo e laços de amizade mais sólidos. Certo. Justo. Mas e por isso todo o resto que você aceita e inclui na sua vida deve ser fadado à falta de consideração? Gentileza gera gentileza. Se você não pode responder um e-mail com calma naquele momento, diga que o fará em uma próxima oportunidade. Se você não quer responder uma pergunta, diga que não gostaria de conversar sobre o assunto. Se você não pode atender o telefone, retorne a ligação mais tarde.... Enfim, seja gentil com os outros como você gostaria que os outros fossem com você. Essa postura infantil e egoísta de só se fazer o que se quer quando se quer, definitivamente não desperta o que há de melhor nas pessoas... É muito triste.

E não vamos nos esquecer da raposa... "Tu te tornas eternamente responsável por aquilo que cativas..." Não saia por aí despertando o carinho e consideração alheios se você não interesse ou vontade em retribuir. O mundo tá cheio de pessoas narcisistas que adoram ser amadas e admiradas e têm muito pouco para dar em troca, ou ainda, não estão a fim de dar nada em troca. Você gosta de se sentir amado e querido?! Pois saiba que quem te ama e acolhe também gosta. Quando realmente nos importamos e temos carinho por uma pessoa, a gente expressa isso através de consideração. A gente se mostra disponível e acessível. Enfim, RESPONDEMOS - ainda que as respostas que somos capazes de dar não sejam as respostas que as pessoas gostariam de ouvir.

Por favor, me amem, me odeiem, mas não me ignorem pois tudo eu posso perdoar menos a indiferença daqueles que já não se importam mais.

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