quarta-feira, 2 de julho de 2008

Dos meus erros...

"- Você vai me fazer feliz?

- Não, não vou. Não sou deus, nem prozac, sou só um ser humano tentando desgraçadamente ser feliz. Vou fazer o possível para que você seja feliz a meu lado tanto quanto isso puder ser compatível com a minha própria felicidade, mas não, não vou fazer nada além disso. Até porque, não há nada a ser feito acerca da your private own felicidade. A sua felicidade é sua mesmo, é você quem faz todo dia, um pouquinho, com dor, com dificuldade, superando os seus monstros, as suas limitações, mudando o que dá pra ser mudado, aceitando e justificando condizentemente o que não dá, rezando, se psicanalisando, correndo, comendo chocolate, meditando, crescendo, sofrendo, perdendo, ganhando, ficando melhor do jeito que você consegue. Dá um trabalho doido e é solitário, é difícil. Ser feliz não é para qualquer um, não, é bom que se diga. Muito mais fácil é pedir ao outro que nos faça feliz, fazê-lo prometer e jurar que vai cumprir e chorar porque o coitado não deu conta do recado – que, frise-se – é impossível mesmo. A felicidade (a sua, a minha, a nossa) é um processo de cada um e não sou eu que vai te fazer feliz, assim como você não me fez, não me faz, nem me fará. Eu sou feliz quando estou com você porque aqui no meu processo você faz parte da minha felicidade. Somos um cada um e pode ser que lá pelas tantas a minha felicidade já não caminhe a seu lado, que eu já não seja mais aquilo que você precisa/quer para ser parte da sua vida feliz ou vice-versa. Pode ser que o que você precise para ser feliz seja achar alguém que pense ser possível ser responsável pela sua felicidade e que lhe prometa isso, por mais impossível que isso seja. Contudo, o que eu posso lhe prometer é tão somente ser sua cúmplice, co-autora e partícipe, mas jamais responsável. Sei que a cada dia que eu te olhar e te ver feliz, vou me sentir parte disso e me orgulhar, mas se eu tiver que caminhar com o peso de uma responsabilidade impossível, vou me fazer infeliz. Estarei aqui, sim, enquanto tu também fizeres parte da minha felicidade. Para enfrentar os monstros, sim. Para estar triste, também. Para chorar contigo quando der vontade, para te ajudar em tudo que estiver a meu alcance. Mas só enquanto isso for felicidade, pra ti e pra mim."

Texto de Patrícia "Ticcia" Antoniete, a qual é uma advogada portoalegrense com incontinência literária que já foi Megera e hoje é Mme.Mean.
Li em http://www.revistaparadoxo.com/materia.php?ido=5530

1 Comentários:

Às 2/7/08 21:15 , Anonymous Anônimo disse...

Olá,
Que bom que você curtiu o texto da nossa colunista. Esperamos contar com seus cliques e leituras mais vezes em nossa revista ;)

 

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