sexta-feira, 4 de abril de 2008

Íntimo e pessoal

O que leva uma pessoa a se apaixonar?

Tenho pensado muito nisso e, embora ainda não tenha uma resposta definitiva (afinal o que é definitivo nessa vida?!), posso fazer algumas observações em como as coisas aconteceram comigo ao longo dos anos...

Primeiro, era aquela paixonite platônica... "gostar" de alguém da sala... observar de longe... tentar chegar mais perto... quase morrer de vergonha... e, claro, as primeiras lágrimas. Tava na cara que aquele negócio da sua alegria depender da atitude de outra pessoa não ia dar certo.

Depois, um pouco de flexibilidade... dar uma chance para quem está te dando uma chance. Permitir-se ser escolhida... e perceber que se ter amor correspondido não é fácil, corresponder o amor que lhe é dado também não o é. Quanto desencontro!!! Já dizia Vinicius de Moraes... "a vida é arte do encontro, embora haja tanto desencontro pela vida!"

Aí veio a questão do checklist... "o" candidato é: bonito-inteligente-fiel-carinhoso-cheiroso-de-boa-família-com-algum-propósito-na-vida.com.br??? Ufa! Existe alguém perfeito assim?? Tava na cara que ser exigente não ia ser muito produtivo... Assim como enxergar os homens como candidatos que devem preencher uma série de critérios ou não.

Mudei o foco, cresci e amadureci.

Então me apaixonei profundamente. Como? Não sei! Foi chegada a hora da paixão sem eira nem beira, sem motivo, sem razão... flechada do cúpido, química pura, alinhamento de planetas! Funcionou?? Também não!

Recuei... machucada.

Daí passei a cultivar uma amizade, que virou o pequeno embrião de uma grande paixão, que levou anos do jogo de gato e rato para desabrochar... e desabrochou. Mas ahhh o tempo!! O tempo não quis... o tempo era outro... cada um estava no seu próprio tempo.

E ao longo dessa caminhada existiram mais alguns que despertaram meu interesse, às vezes de forma fulgaz, noutras avassaladoramente... Mas sempre foi uma coisa de momento, de contexto, de oportunidade... Nunca tive a chance de chegar mais perto, olhar mais de perto, sentir mais de perto.

Acho que paixão pode ser assim... vem não sei como, não sei de onde, não sei porquê. Acontece. E quando acontece.... segurem-se todos! É uma montanha-russa emocional!

Dei um tempo, fui aprender a me apaixonar por mim mesma...

E, então, experimentei algo diferente.
De cara teve a química, a pele, a conexão. Magia pura. Mas não me apaixonei por isso - estava convencida de que esses não eram os motivos certos para alguém se apaixonar - e estava ainda mais convencida que eu tinha aprendido a lição e poderia controlar meus sentimentos... Hmmm, sei. E não permitindo me apaixonar pela magia, acabei me apaixonando pelos gestos, pela atitute, pela atenção, pelo carinho, pelo ser humano... E a paixão passou a despertar outros sentimentos, outros motivos, outras razões... Massssss ("mas" - a conjunção que eu mais odeio!) mas faltou alguma coisa...

E estou aqui... a romântica irremediável!! Não que eu me orgulhe mas acredito que me aceitar assim torna as coisas mais fáceis e verdadeiras...
Eu acredito no amor.
Eu acredito num tipo de amor que desperta o melhor das pessoas.
E acredito, ainda, que a melhor forma de amar é amar por todos os motivos - e por motivo nenhum também.
E, no final, paixão também é assim ... A gente se apaixona por todos e por nenhum motivo... Olhos, momento, contexto, distração, escolha, química, tesão, cupido, alinhamento, pele, destino, convicção. Às vezes dá para explicar, às vezes não. Às vezes a paixão acontece, às vezes não. Às vezes a paixão dá lugar ao amor, às vezes não.

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial